#PlatinumTape (45’s Only)
Dez anos fazendo mixtape. DJ Nyack, o cara que troca frases por trabalho na maioria das vezes, me convidou a pensar algumas coisas ouvindo esse registro - o centésimo. Me bateu uma coisa relacionada ao agir, ao exercitar, ao fazer, por bem dizer. DJs lidam com as diferentes faces do tempo continuadamente ao propor bem estar através do audio, em fones que cabem no ouvido ou caixas de som do tamanho de um carro. Parece fácil, e é legal é fazer parecer. Mas um grão de pó na agulha do toca discos te força a agir, com rapidez e autoconfiança. Os discos de 7 polegadas usados aqui possuem espessuras e pesos parecidos, não iguais. Você não os controla, você os conduz. Com base nessas sensações, comemora-se 10 anos de ação, tempo e dedicação continuada em algo tangível. Falamos aqui de dois marcos numéricos, mas sem esquecer um terceiro. São 50 anos de conexão, aprendizado e reunião de vários sentimentos que as estações de rádio e as pistas de dança proporcionaram a multidões mundo afora. Clássicos da música que nunca deixaram de fazer sentido, protagonizados por artistas pretos e/ou pobres. Em 1977, Bill Withers começa uma linha que conecta ao The Internet, em 2018. É o mesmo sentimento de abrangência, de chegar e prontamente conquistar ouvidos, cada um a sua época. É um Kaytranada que viu um J Dilla que viu um Teddy Riley tendo coragem de imprimir o seu jeito de construir batidas. É sobre a ação de se gravar a mixtape nº 1 pela sensação que a música que te agrada deveria chegar a mais pessoas. O soul, o funk, funk, R&B, rap e o house de mãos dadas. Música boa percorre caminhos diferentes com a mesma fórmula. Ano após ano de exercício, legal mesmo é parar, respirar e entender o que aconteceu. É apenas uma dica ao ouvir #PlatinumTape. E por favor compartilhe. Mixtapes nasceram pra isso. Texto: Fabio Lafa